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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Eu não tenho mesmo o que fazer... olha o que achei!

Rastafári só de brincadeira
30 de abril de 1997



Assunção: dread-locks e coceira


Uma semana de estágio nos redutos de funk e reggae da Vila Madalena, em São Paulo, mais seis horas de cabeleireiro e os lindos cachos do ator Fábio Assunção, 25 anos, transformaram-se em emaranhados dread-locks (mechas horríveis, na tradução literal). Por 15 dias, o ex-Jesus Cristo virou um autêntico rastafári jamaicano. Mas logo ele começou a se irritar com o novo visual e o primeiro aviso foi uma coceirinha: sem poder lavar a cabeça para não desmanchar o cabelo, feito com auxílio de laquê, Fábio sentiu-se aliviado na última quarta-feira quando passou outras duas horas no cabeleireiro. Mas se foi pra desfazer, por que é que ele fez? Para viver o vestibulando César, na Comédia da vida privada, que vai ao ar dia 6 de maio na Globo. A idéia de Fábio foi dar um toque black ao personagem: "Foi só uma brincadeira. Alma negra é outra coisa, não só um penteado."

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CAMPANHA PELO USO GERAL DO FÁBIO ASSUNÇÃO




Tem gente dizendo por aí que, com a boa fase do cinema brasileiro, o público parou de encarar filme nacional como um gênero e passou a vê-lo como o que é, uma comédia ou um drama ou um policial. Sei, sei. Acho que ainda não é bem por aí, e que o pessoal, no máximo, divide filme brasileiro em duas espécies: tramas burguesas com atores globais e tramas marginais com atores desconhecidos. “Cidade de Deus” pertenceria à segunda categoria, claro. E, embora quase todo mundo esteja super orgulhoso com as quatro indicações ao Oscar, o velho preconceito (“Ish, o planeta vai continuar achando que aqui no Brasil s” tem favelado!”) persiste. Como o público freqüentador de cinema também é burguês, acho que prefere se ver retratado na tela. Historinhas de classe média para pessoinhas idem, mesmo que a atriz que esteja me representando seja a Malu Mader, que não é assim tão parecida comigo ou com a maioria das mortais. Bom, estou falando de “Sexo, Amor e Traição”, que tá atingindo a estupenda marca de 2 milhões de espectadores no país. A comédia do Jorge Fernando, uma refilmagem de uma produção mexicana, segue a linha dos diálogos-clichês, cenários de cartão postal e gente bonita, com uns clipezinhos de música entre uma cena e outra. Mas a sala tava cheia e os espectadores, principalmente as espectadoras, riram bastante, então reclamar do quê?





A história é nula e realmente não importa. O principal é o elenco. Do lado dos garanhões, tem o Fábio Assunção, o Murilo Benício, o Caco Ciocler, e o Marcello Antony fazendo um gay (o que matou de rir a galera). As moças, representadas pela Malu, Alessandra Negrini e Heloísa Périssé, também são jeitosinhas. Tem quem gosta, né? E a Beth Faria ainda dá uma canja no papel do Michael Jackson. Bem, não sei se a intenção era essa, mas que ela tá a cara do sujeitinho complicado, isso tá.





Outro dia, um diálogo engraçado da novela “Celebridade” mostrava duas personagens chamando o Fábio Assunção de deus. Elas têm toda razão. Inclusive, num momento de “Sexo”, a Malu diz que toda mulher deveria experimentar transar com o Fábio. Olha, taí uma idéia sábia. A gente podia até começar uma campanha. Acho até que mulher casada transar com o Fábio não deveria ser considerado adultério. Deveria ser visto como bônus por tempo de serviço. O Fábio é maravilhoso, e mesmo que o filminho seja tão meia-boca, pelo menos dá pra ver o bumbum dele e o Marcello de sunguinha vermelha. Já é mais do que se pode dizer da maioria dos filmes. A única traição do título foi o Fábio ainda não ter sido liberado para uso irrestrito da população feminina. Note o “ainda”. Tenho fé.




Outra traição, e essa não tem nada a ver com o filminho citado acima, foi o que eu vi no site Metacritic. Os críticos americanos falam muito bem de “City of God”, dão uma média alta pro negócio, um destaque enorme, e aí, nos comentários dos leitores, aparece um mané afirmando que “Cidade” é o melhor filme brasileiro de todos os tempos, mas que isso não é grande coisa, já que filme brasileiro é tudo uma m**** mesmo. Pra completar, o energúmeno diz que sabe do que tá falando porque, afinal, ele é brasileiro. Agora, o que a gente faz com um elemento desses? Eu normalmente sou contra a pena de morte, mas sinto que, em alguns casos, devemos abrir exceções. Paredón nele!




Lola Aronovich é professora de inglês e cinéfila.

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